MUITA EXIGÊNCIA IMPEDE O AMOR
Ao perguntar como seria a pessoa com quem gostaria de namorar é bem capaz que você me apresente uma lista bem grande de exigências. Tem que ser sensível, inteligente, companheiro, fiel, bom pai,trabalhador, honesto, sarado, bem humorado, alto, magro, etc, etc.
Entre homens, mulheres, heterossexuais, gays e lésbicas, adolescentes e adultos, aumenta o número de pessoas que quer encontrar alguém que esteja de acordo com o seu próprio ideal. As agências eletrônicas de aproximação e uma boa parcela da mídia acentuam a ilusão de que existe a alma gêmea ou a cara metade, que, diga-se de passagem, nunca vem. E é por isso também que tem tanta gente só e outros muitos que não têm paciência para aprofundar uma relação. Se não for exatamente do jeito que você quer, nada feito.
A impressão que tenho é que ficam todos procurando o par perfeito e não se dão conta que mesmo que ele exista e apareça é preciso muita habilidade para manter esse amor vivo. Somente a experiência real com muitos erros e acertos é que faz você chegar a uma situação emocional de convivência harmônica e satisfatória.
Neste sentido, o grande amor de sua vida nunca vai cair do céu.
Na verdade estamos exigentes com a gente mesmo. Todos nós temos defeitos, nossos pontos fracos, nossas imperfeições, mas fomos educados para não aceitarmos este fato. E tentamos a todo custo disfarçar nossas vergonhas, protegendo-nos com uma máscara, com atitudes de auto-afirmação, fazendo de conta que somos seguros e bem sucedidos.
Não abrimos mão de nossas convicções sobre o certo e o errado e vamos cada vez mais nos distanciando dos sentimentos, do ser humano de carne, osso e coração que somos.
O que faz com que a gente tenha intimidade com outra pessoa é exatamente a naturalidade, a espontaneidade, o sentimento de que somos reais e que a outra pessoa também é real.
É bonito quando alguém se apresenta para você tal como é, com a inocência infantil que nunca deveria ser perdida. Só assim é que permitimos de fato que o amor aconteça.
Se você consegue olhar para si mesmo com olhos mais condescendentes, se você reconhece sua própria vergonha e vulnerabilidade, já é um grande passo. Mais ainda, quando você trata a criança interior com carinho, aceitação e respeito, está muito perto de também aceitar a outra pessoa da mesma forma. Assim você fica mais humano e permite que alguém também humano se aproxime de você, mesmo que esta pessoa tenha lá suas imperfeições e fraquezas.
Lembre-se disso, quando reclamar da sua solidão... Será que não é você mesmo que a causa?