Solta o som!
abril 28, 2003
 
Parece mentira:

Mas pelos caprichos do destino, os caminhos de dois seres se cruzaram. E eles se encontraram.
A princípio quase não se notaram. Aos poucos, porém, foram se olhando, se enxergando, com os olhos de quem quer, e viram que um era homem e outro mulher.
- Tiveram medo, estremeceram, pararam, se perguntaram... e se eu te amar?
- Era tarde, já formavam um par! Dois no mesmo barco, no mesmo mar!
Deram-se as mãos e unidos remaram contra a força imensa da corrente, seguindo a branca luz que viam pela frente.
- E assim, aportaram numa estrela, pequena, mas fulgurante e de cor, que emoldurava os laços mais bonitos de um impensado e grande amor.
Nessa doce morada, eles correram, brincaram, subiram e desceram juntos as montanhas do sentimento e trilharam planícies verdejantes e plácidas do amor satisfeito.
Mataram a sede na mesma fonte cristalina, sorveram a mesma seiva da árvore da paixão.
Juntos voaram e nas alturas ouviram o silêncio dos breves, porém eternos, momentos de êxtase e felicidade.
Repartiram ambos o calor que possuiam e não chegaram a ter frio.
E, quando o sangue fervia em suas veias, sentiam nas faces a carícia da brisa macia e mansa e podiam quedar ofegantes, após o delírio que não cansa.
Mergulharam no mesmo lago azul de águas límpidas e receberam o batismo da esperança testemunhado por um sol que parecia eterno.
E, embalados na fantasia, que não tinha idade, nem cor, adormeceram, sentindo o mesmo perfume do amor.
Foi um sono profundo, pesado, que os confundiu e que os fez duvidar se viveram de verdade, ou se apenas sonharam.
- O despertar foi amargo e cruél e os fez compreender que não se pode ter tudo o que se quer. O destino que une pode também afastar, mostrando a cada um e seu verdadeiro lugar!
Eles voltaram a ser dois e partiram separados, com os olhos úmidos e com os corações apertados.
E, sem voz e sem coragem para dizerem Adeus, seguiram, cada qual, seu passo, em rumos diferentes, de volta aos mundos seus, já sem o carinho do antigo abraço.
Distanciaram-se sem poder lutar, com acenos de mãos tão vazias que tentavam ainda se apertar.
E, longe, não se enxergavam mais. Eram, de novo, dois seres apenas, e o romance ficou para tráz!
Que pena, que mágoa, que dor ver enterrada a própria sorte, no caixão da mesma morte, no féretro do mesmo amor.
Que dura realidade de se ver...
Aos olhos cegos de quem ainda quer, a de que não existe mais aquele homem e nem aquela mulher!

Linneu Cardoso de Oliveira
 
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