Solta o som!
agosto 20, 2003
  O pequeno debate
Sabe quando você puxa um assunto numa mesa com algumas pessoas e esse assunto gera um debate? Não uma discussão. Um debate. Um debate saudável. Foi exatamente isso o que aconteceu comigo hoje.

Estávamos eu, Carol, Aline, Pâmela (algumas colegas de classe) e Guilherme (Athos_Fidalgo) sentados numa pequena roda no meio da classe. O assunto: religião. Sei muito bem que essa discussão não leva à nada pois você sempre gira e chega ao mesmo ponto, concordando com suas próprias idéias e discordando de outras expostas. Só estou escrevendo isso porquê gostaria da atenção de quem for ler isto aqui adiante e seguir minhas idéias.

Já deixo bem claro que não sou contra religião alguma, contra nenhum seguidor e muito menos com nenhuma crença ou filosofia de vida. Cada um segue o que acha que é certo e faz de sua crença ou religião sua verdade na hora que bem entender. Então já peço desculpas adiantadas por qualquer frase ou pensamento mal interpretado que eu venha citar aqui.

De acordo com a Bíblia e também pela História, Jesus (aquele que de acordo com costumes europeus é branco, de cabelos castanhos e olhos azuis) incontestávelmente foi um líder. Importante líder, se me permitem. Estou certo?
Bom, até essa parte sim, mas por qual razão falar que ele era um "escolhido"? Se não me engano, a região onde Jesus viveu sempre misturou política com religião, e vice-versa. Isso me faz pensar que ele não era mais que um líder político. Um comum líder político. Isso, digo esse destino, poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa. Digo pelo simples fato ocorrido e que ainda ocorre: esta pessoa (Jesus) nasceu em uma região que tinha seu próprio sistema político, econômico e obviamente, tinha suas próprias regras. Como qualquer outra região que exite hoje, pode-se achar facilmente, sem procurar muito, qualquer pessoa que não esteja contente com alguma coisa do lugar onde ela vive, paga seus impostos, trabalha e obedece leis.

A única "diferença" que Jesus fez perante as outras pessoas, foi conseguir reunir um conjunto de idéias, tanto políticas quanto religiosas (o sistema que ele viveu, ainda hoje têm características de miscigenação entre política e religião) que se opunham de uma forma um tanto quanto radical ao sistema no qual ele vivia. Ou seja, ele foi o "Che Guevara" de sua época. A própria história admite isso. Levando isso em consideração, posso afirmar que: não existiu um escolhido. Na verdade o tal "escolhido" era um líder (rebelde) que somente queria uma mudança no lugar onde vivia e sobre o tipo de pensamentos sobre algumas coisas. Diga-se de passagem que por ser também um líder religioso, ele "teve a sorte" de ter tantos seguidores que acreditaram tão cegamente em suas palavras que mais tarde isso viria a se tornar uma religião.

Outra coisa. No meio do debate, depois falando mais sobre a Bíblia e algumas "profecias", fui perguntado se não acreditava nas "adivinhações", que tanto a Bíblia como outros livros religiosos fazem e fizeram durante alguns anos.

Disse sim e não. Por alguns motivos. Siga minha teoria.

A grande maioria das religiões que são "regradas" através de livros, na maioria das vezes, estes pregam alguma profecias e "adivinhações" de alguns acontecimentos. Um deles que me foi exposto, foi a previsão de que a Primeira Guerra aconteceria. Vamos falar que eu li sim algumas partes da Bíblia, pra não me sentir tão ignorante durante essas questões. E também li outros livros de outras religiões para que pudesse fazer uma comparação entre eles. Uma coisa que percebi é que as religiões podem ser destruídas. Sim. Não por uma pessoa que vá lá e prove que algo estava errado que tudo o que se acreditava não passava de asneira. O que pode fazer isso, ou melhor, quem pode fazer isso é a história.
Quem nunca ouviu aquela frase "estudamos o passado, para entender o presente e assim prevermos o futuro"? É assim que acontece. Não à risca, mas é. Assim como Aristóteles e outros filósofos conseguiram prever alguns acontecimentos e surgimentos que estamos presenciando agora somente com o pleno estudo histórico de nossos sistemas, assim foi feito (ou tentado) na hora de redigir tais livros e fazer tais previsões. Mas há um risco, que já foi visto alguns anos. Fato recente.

Quem se lembra da Nostradamus? Assim como vários outros pensadores, Nostradamus fez várias previsões. E quem diria, acertou várias delas. Mas um erro grave, assim posto por seus seguidores, fez com que não só ele, mas quase toda sua crença fosse por água abaixo. Quem se lembra no ano 2000, quando começaram a surgir algumas reportagens com os seguintes dizeres: "De acordo com Nostradamus, o fim do mundo será esse ano, no dia 'X', do mês 'Y' e hora 'Z'"? Lembro-me também que somente por causa disso, várias pessoas se mataram, acreditando em tal previsão. O que aconteceu? Simplismente ele errou. O mundo não acabou. Seus seguidores indignados com tal erro, ficaram com cara de bobo perante às outras religiôes e filosofias. Suas idéias passaram a ser esquecidas, até que quase por completo, ele fosse a ser esquecido.

Digo e posso afirmar isso, que qualquer religião pode cometer o mesmo erro. E não quero estar perto de uma igreja ou templo quando esse dia chegar. Porém, com a Bíblia é mais difícil. Veja o por quê.

Quem já leu a Bíblia, por curiosidade, vê que quando ela faz a previsão de alguns acontecimentos, ela nunca cita datas. O cara que escreveu isso foi um gênio. Digo isso porquê a Bíblia fica sendo quase infalível. O que ela faz? Dá idéias vagas sobre tal coisa. Ela nunca vai se pronunciar de modo que venha expor uma data, mas sim dando a oportunidade de "quase erro". Ex: eu falo hoje, que no dia 27 de Setembro de 2038, haverá um colapso no sistema político e religioso que nunca se viu antes. Todas as coisas que se acreditavam, serão colocadas em teste e poucas coisas sobrarão desse colapso. Isso é uma previsão estilo Nostradamus. O erro disso é que eu dei uma data exata pra isso. Veja o que a Bíblia fez e ainda faz. Transpondo a mesma previsão, mas com outro "estilo" ficaria assim: falo hoje que, em alguma era, haverá um colapso no sistema político e religioso que nunca se viu antes. Todas as coisas que se acreditavam, serão colocadas em teste e poucas coisas sobrarão desse colapso. Sacou?

Ela não dá data e ainda deixa livre a "escolha" da mesma. Também deixando a "oportunidade" de erro. Pode vir acontecer ou não. Pode ser hoje ou amanhã. Ou nunca.

O que põe em sério cheque em tudo isso é que hoje temos uma Ciência com um cérebro mais avançado. E talvez, um estilo de pensar mais atrasado. Isso mesmo. Nós pensamos de um jeito meio moldável: o que a Ciência não explica, a Religião pode dar conta. Não sei que lado pode estar certo. Também não sei se meu jeito de contestar alguns dogmas escritos é algo de fácil destruição.

Sei que isso aqui não me levou e talvez nem vá levar pessoa alguma a conclusão alguma. Só postei aqui por suma curiosidade pra ver como pessoas que pensam diferente de mim iriam agir, pensar e se expressar perante isso.

Na verdade...

"Só sei que nada sei"



 
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