Fé demais não cheira bem
Seguindo nossa filosofia agnóstica, não poderia deixar de aqui colocar algumas partes de um artigo que li na Caros Amigos de abril. Foi escrito por
Ferréz, um escritor da perferia de São Paulo, autor de
Capão Pecado e
Manual Prático do Ódio:
Tenho a impressão de que, no dia em que se revelar que o diabo não existe (existe na forma do Maluf, mas isso não conta), a Universal e a Deus e a Deus É Amor não terão mais sentido nenhum, porque os assuntos abordados nos “templos sagrados” são sempre: “Ele era um amaldiçoado, tinha encosto, queda financeira, era homossexual, vivia no inferno afetivo, era um desgraçado fumador de maconha, etc. etc. etc.”.
Sei que devem ter muitos evangélicos que acreditam mesmo na fé, adeptos da Deus É Amor que choram nos cultos. (Davi Miranda, líder da Deus É Amor, que completou quarenta anos de pastorado, acaba de inaugurar na avenida do Estado a nova sede mundial, que é simplesmente o maior templo evangélico do mundo, ele tem cinco Cherokee blindadas e anda com segurança 24 horas por dia, e isso é porque ele acredita em Deus.)
Outros são os adventistas e suas escolas particulares, seus desfiles de moda, e seu próprio mundo belo dentro do próprio umbigo, eu nem vou falar. Já moro próximo a Cohab adventista e por isso já tenho traumas desde a infância.
Mas a Universal é campeã, só ela criaria o “espaço para os empresários”, é uma piada, os clipes com carros, casas, e toda aquela promessa de sucesso, relacionando Deus e dinheiro diretamente.
Mas, voltando ao assunto, são milhões de adeptos que oram com fervor, que freqüentam as pentecostais, que fazem o caminho da igreja todos os dias, vejo eles todos os dias, saindo dos barracos, resignados, com as bíblias na mão, os filhos que sempre são muitos, para dar mais futuro à igreja.
A Igreja Católica é representada pelo nosso querido padre Marcelo Rossi, que não fica atrás na forma de manipulação, levando milhares de pessoas a erguer a carteira profissional durante o culto, pessoas que deveriam ser orientadas a cobrar do governo medidas para a retomada do crescimento, e assim dos empregos, se curvam perante uma fé que nunca registrou sequer um funcionário.
Quando vejo a bispa Sônia da Igreja Renascer com todos aqueles colares de pérolas, duvido dessa fé, quando vejo o Edir Macedo num iate dizendo que está em missão divina, duvido dessa fé, quando conto o número de rádios que pertencem à Deus É Amor, duvido dessa fé, quando o menino que cola com a gente aqui diz que a mãe dele vendeu tudo que eles tinham e deu o dinheiro para a igreja, não duvido dessa fé, pois essa senhora acredita, só que num Deus certo, manipulado pelos profetas errados.
Como diz o povo, se Deus é o caminho, Davi Miranda, Edir Macedo, R. R. Soares, padre Marcelo Rossi e companhia são o pedágio.